Lula reafirma soberania e diz que Brasil não aceitará ofensas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comandou nesta terça-feira (26) a segunda reunião ministerial de 2025. Durante o encontro, criticou a política adotada pelos Estados Unidos, que vem elevando tarifas contra parceiros comerciais, e afirmou que o Brasil não aceitará “desaforo, ofensas e petulância de ninguém”.

Segundo Lula, as decisões do presidente norte-americano Donald Trump são descabidas, mas o Brasil segue aberto ao diálogo.
“Estamos dispostos a sentar à mesa em igualdade de condições. O que não aceitamos é sermos tratados como subalternos. Nosso compromisso é com o povo brasileiro”, declarou.

O presidente também orientou seus ministros a destacarem, em suas falas públicas, a importância da soberania nacional. “Aceitamos relações cordiais com o mundo inteiro, mas não abrimos mão da democracia, da república e da soberania do país”, reforçou.

Impacto no comércio

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, apresentou dados sobre os efeitos do tarifaço imposto por Washington. De acordo com ele, 35,6% das exportações brasileiras para os Estados Unidos estão sob uma tarifa de 50%. Outros 23,2% são taxados pela chamada Seção 232 da Lei de Expansão Comercial, que incide sobre aço, alumínio, cobre, automóveis e autopeças. O restante, 41,3%, paga alíquota de 10%.

As novas barreiras fazem parte da estratégia de Trump de ampliar a competitividade da economia norte-americana frente à China. Inicialmente, em abril, o Brasil havia sido incluído com a tarifa mais baixa, de 10%, já que os EUA registram superávit comercial com o país. Porém, em agosto, uma alíquota adicional de 40% foi aplicada como retaliação a decisões brasileiras que, segundo Trump, prejudicariam empresas de tecnologia americanas, além de questões políticas envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Medidas de resposta

Para reduzir os impactos, Lula lançou recentemente o Plano Brasil Soberano, que prevê R$ 30 bilhões em crédito para exportadores, ajustes nas regras do seguro de crédito à exportação, mudanças em fundos garantidores, suspensão de tributos sobre insumos importados e compras governamentais de alimentos que deixaram de ser exportados.

Além disso, o governo aposta na abertura de novos mercados. Ainda nesta terça-feira, Alckmin e outros ministros embarcam para o México, onde vão tratar da ampliação da parceria comercial em setores como agricultura, biocombustíveis, aviação, energia e indústria.

“O presidente Lula tem orientado diálogo permanente, sem abrir mão da soberania, do Estado de Direito e da separação dos poderes, mas sempre buscando negociação para corrigir as distorções dessa política regulatória”, destacou Alckmin.

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