A aprovação da chamada PEC da Blindagem, também conhecida como PEC das Prerrogativas, provocou uma onda de críticas nas redes sociais, em setores políticos e em entidades de fiscalização e transparência. A proposta, defendida por seus articuladores como uma forma de proteger mandatos parlamentares, foi vista pela opinião pública como um mecanismo de autoproteção que fragiliza o combate à corrupção.
Diante da forte repercussão negativa, ao menos quatro deputados federais que votaram a favor da PEC admitiram arrependimento e divulgaram retratações públicas.
Silvye Alves (União Brasil-GO)
A deputada afirmou, em vídeo, que sofreu coação de figuras influentes do Congresso e, por isso, mudou seu voto de contra para favorável à PEC. Classificando sua postura como “covarde”, Silvye pediu desculpas ao eleitorado e anunciou que deixará sua legenda.
Merlong Solano (PT-PI)
Merlong declarou que votou “sim” para preservar o diálogo político entre o PT e a Câmara, evitando que outras pautas governistas fossem prejudicadas. Em seguida, publicou nota de retratação, reconhecendo que o voto foi resultado de conveniência política. Ele também protocolou um mandado de segurança no STF pedindo a anulação da votação.
Pedro Campos (PSB-PE)
Líder do PSB na Câmara, Campos gravou vídeo em que reconhece que houve um acordo com partidos do Centrão para aprovar a PEC em troca do arquivamento da proposta de anistia. Após a reação da sociedade, ele admitiu o erro, apoiou as críticas dos eleitores e também acionou o STF contra o resultado da votação.
Thiago de Joaldo (PP-SE)
O deputado afirmou que votou pela PEC acreditando que ela protegeria a liberdade de expressão, mas reconheceu que o texto trouxe consequências mais graves que os problemas que pretendia resolver. “O remédio saiu mais letal que a doença”, disse. Ele prometeu atuar para barrar a proposta no Senado.
